SOMOS FEITOS DE TEMPO?
Sim, somos feitos de tempo, somos seres históricos que
fabricamos nosso passado, tudo o que vivemos hoje será, no futuro, o nosso
passado. De acordo com nossas vivencias e relações sociais mudaram nossas ações
e pensamentos, e a história vai se formando de geração para geração.
“[...] onde há ser humano há cultura. Onde quer que o ser
humano toque, o que quer que faça, está a modificar a realidade e a sai próprio
e, assim, que interferir no mundo natural ou dele participa, está a criar um
mundo cultural”. (REISEWITZ, 2004, p.81)
1º SEMANA: A
educação, o saber, se passa de pessoa para pessoa, de cultura para cultura, de
sociedade para sociedade; daí cada sociedade tem fatores culturais que vão sendo
transmitidos ao longo do processo histórico, desenvolvidos através de seus
artefatos místicos, éticos e religiosos influenciando sua forma de pensar e
agir. Assim, o processo evolutivo de um povo se dá através do conhecimento de
sua história e esse conhecimento histórico é seletivo, pois cada historiador
faz uma escolha dos acontecimentos mais importantes para sua história. Dessa
forma, em cada época e local a memória é registrada de maneiras diferentes e é
fundamental na formação da identidade cultural, das tradições e no registro de
experiências significativas, por isso deve ser valorizada e preservada.
A preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural
é necessária, pois esse patrimônio é o testemunho vivo da herança cultural de
gerações passadas que exerce papel fundamental no momento presente e se projeta
para o futuro, transmitindo às gerações por vir as referências de um tempo e de
um espaço singulares, que jamais serão revividos, mas revisitados, criando a
consciência da Inter comunicabilidade da história. (ICOMOS, 1980)
A história da educação não é muito difícil de ser
compreendida. Ela nos permite ver que, em outros lugares, culturas e épocas, ou
aqui perto de nós, a educação, de modo geral, e a escola, em particular, tem
mudado, mas parecem manter alguns elementos intocados.
A história, dessa forma, ajuda-nos a olhar nossa realidade
com paciência, afinal, as coisas demoram muito a mudar. As vezes é preciso
esperar duas ou três gerações para que uma inovação educacional se estabeleça.
Enfim, estudar história da educação é compreender o
presente, e intervir no futuro através do estudo do passado, não cometendo os
mesmos erros de nossos antepassados.
2º SEMANA: A ORIGEM DA EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL – A AÇÃO
DOS JESUÍTAS COMO PARTE DO MOVIMENTO DA CONTRA-REFORMA CATÓLICA
A escola foi invenção da sociedade grega em que um número
cada vez maior de privilegiados, vivendo também a invenção da democracia,
reclamava para seus filhos a iniciação em técnicas e conhecimentos até então
rigorosamente guardados pelas famílias aristocratas, aquelas que tinham virtude
e valor.
Ao longo dos tempos a escola, de acordo com a sociedade na
qual se insere, muda sua feição. Depois da conquista e da derrota da Grécia, o
Império Romano leva os princípios de colaboração para a paz romana a todos os
domínios conquistados e faz do latim (língua que era falada do Lácio, antiga
região da Itália) língua oficial. Entre os Romanos, os estudos literários e
científicos constituíram o cerne do “Plano de Estudos”, diferentemente dos
gregos que tinham a filosofia um dos seus principais pilares.
Nascido no interior desse império, o cristianismo, tendo
como principal instituição a Igreja Católica, vai se ocupar da educação, da
instrução e cria suas próprias escolas, depois que os Bárbaros (assim chamados
porque não viviam sob o domínio imperial e não falavam a língua oficial)
derrotaram as forças guerreiras romanas.
Tanto a formação do cristão, que tem seu ensinamento baseado
na Bíblia (em detrimento das artes liberais de Antiguidade), quanto a formação
do homem capaz de prover a vida e defender o cristianismo, estabelecem novas
formas de relação, de ética e de estética, inclusive pedagógicas, e nossas
escolas estará presentes.
A educação admite que possa haver uma escola alegre e que os
estudos literários, científicos e filosóficos constituem partes igualmente
importantes de um currículo, um artefato cultural, como tantos outros. Novos
mundos são alcançados, as Américas, anunciando uma nova era e novas raças
culturais que obrigavam a pensar em um novo tipo de educação e um novo tipo de
escola.
Os portugueses chegaram a uma nova terra a que dão o nome de
Brasil e dela se apossam. Tornamo-nos colônia e durante mais de três séculos,
apesar dos muitos movimentos de resistência e rebeldia, servimos de
sustentáculo econômico da metrópole européia, que gradativamente entrava em
decadência. A grande propriedade e a mão-de-obra escrava traficada da África
baseavam economicamente essa nova sociedade, formada pelos que aqui já
habitavam há séculos: os nativos nominados de índios, negros, judeus, árabes,
portugueses, holandeses, franceses, etc.
A idade moderna abre inteiramente três janelas, até então
apenas entreabertas. Firma princípios e modos de conduta religiosos e a Igreja
Católica é obrigada a admitir o protesto.
O século XVII não será apenas palco de grandes feitos
políticos; será religioso, implementando proposições teológicas advindas da
Reforma e Contra-reforma, com profundas consequências para a extensão da
leitura e da escrita a um crescente número de pessoas, e para a escola, seus
métodos, seu corpo docente e discente e suas normas e regras de conduta e bem
viver.
O Brasil, parte do novo mundo conquistado por países
católicos reformados, vai ter na Companhia de Jesus seu principal agente educador.
Apesar das revoluções científicas, a teologia, a moral e uma disciplina militar
dão o tom da educação jesuítica.
Curumins e filhos de colonos são os principais alvos da ação
educativa dos padres que, em um só movimento, contribuíram para destruir a
cultura dos nativos fazendo-os crer, por exemplo, na existência de um Deus
Único e onipresente (onipotente e consciente): protegê-los dos mercenários,
educar uma elite nos colégios secundários e formar quadros para a própria Ordem
nos cursos superiores de teologia.
Destacamos os seguintes jesuítas que vieram ao Brasil no
século XVI: Padre Manoel da Nóbrega, Padre José de Anchieta e Padre Antônio
Vieira. Seus objetivos eram: levar o catolicismo para regiões descobertas no
século XVI, principalmente a América; catequizar os índios americanos, China e
África, para evitar o avanço do protestantismo; e construir escolas católicas
nas diversas regiões do mundo.
Em Portugal, o Marquês de Pombal, representante dos novos
ventos que assombravam a Europa e outras partes do mundo, expulsou os jesuítas
do Reino e de suas colônias, acusando-os de acumularem fortunas e de não
propagarem as conquistas das revoluções científicas centradas na razão.
No caso brasileiro, o século XIX será marcado pela
progressiva institucionalização da escola e da lenta afirmação do lugar do
estado como principal provedor da educação.
Já com o estabelecimento da família real no Brasil, fugitiva
das tropas de Napoleão, em 1808, novos ares culturais e educativos começam a se
respirar na colônia; cursos superiores, assim como a Biblioteca, o Museu
Nacional, o Jardim Botânico, etc. As escolas normais são criadas e
progressivamente a mulher, principalmente a partir do final daquele século,
passa a ocupar a maior parte dos lugares no magistério primário. A escola, aos
poucos, ganha materiais, espaços, profissionais próprios para ela, e passa a
ser vista a partir de então, como a principal instância de transmissão do
saber.
O século XX traz novos debates acerca da educação (auxiliada
por ciências novas como a psicologia e a sociologia) e, com muita força, a
escola passa a ser questionada por dentro: A Escola Nova chama a atenção para o
papel do aluno como sujeito da aprendizagem e o papel de mediador do professor.
No final do século XX, e o início do século XXI, está
instituído uma escola em que os meios de ensino são diferentes. A máquina não
está instalada apenas na indústria, mas na sala de aula, desde projetores de
slides ou gravadores e retroprojetores, hoje considerados modestos, até
televisores e computadores ligados a internet.
A atenção de especialistas se volta agora para o papel do
professor e para o risco do excesso, pois sabe-se que as doses excessivas de
informação a que um número crescente de pessoas está exposta, ao invés de
aumentar o saber, provocam ignorância.
A escola está em constante aceitação, produzindo cenas que
são a expressão de um conjunto de normas e regras que a sociedade e essa
máquina chamada educação pensaram para eles. Mas a educação nunca se restringiu
a escola. Práticas educativas tem ocorrido, ao longo do tempo, fora dessa
instituição, e as vezes, com maior força do que se considera, principalmente
para certos grupos sociais e em determinadas épocas. A cidade, o trabalho, o
lazer, os movimentos sociais, a família, a Igreja, foram, e continuam sendo,
poderosas forças nos processos de inserção de homens e mulheres em mundos
culturais específicos.
3º SEMANA: Principais estabelecimentos ESCOLARES fundados em
cada período da Historia da educação brasileira.
1534 | Inácio de Loyola funda a Companhia de
Jesus que possuía objetivos catequéticos |
1541 | Fundação do 1° colégio da Companhia de
Jesus |
1542 | Colégio e Universidade de Pádua |
1544 | Colégio fundado por S. Francisco de
Borja, Duque de Gandia |
1549 | Os jesuítas abriram escola de ler e
escrever |
1550 | Fundação do Colégio dos Meninos de Jesus,
na Bahia |
1552 | Colégios dos meninos órfãos no Brasil |
1555 | Escolas jesuítas de São Paulo de
Piratininga e da Bahia |
1556 | Fundação do Colégio Jesuíta de Todos os
Santos |
1557 | Fundação do Colégio de Jesuíta do Rio de
Janeiro |
1623 | Fundação do Colégio Jesuíta do Maranhão |
1646 | Fundação do Colégio Jesuíta de Santo
Inácio, em São Paulo |
1654 | Criação do Colégio Jesuíta de São Tiago,
no Espírito SantoFundação do Colégio Jesuíta de São Miguel, em Santos, o de
SantoAlexandre, no Pará, e o de Nossa Senhora da Luz do Maranhão |
1683 | Fundação do Colégio Jesuíta de Nosso
Senhor do Ó, em Recife |
1808 | Escola de medicina na BahiaFaculdade
nacional de medicina (atual UFRJ)Academia real da marinha |
1809 | Academia de médico-cirurgião do Rio de
Janeiro |
1810 | Escola de engenharia do Rio de
JaneiroAbertura da Academia Militar |
1827 | Escola de direito de Largo de São
Francisco em São PauloFaculdade de direito de Olinda (Pernambuco)1912 |
1835 | 1° escola normal do país em Niterói |
1837 | Colégio Pedro II |
1909 | 1° escola moderna fundada no Brasil |
1912 | Universidade Federal do Paraná (1°
universidade brasileira) |
1915 | Universidade Popular de Cultura
Racionalista e Científica |
1930 | Criação do Ministério da Educação |
1937 | Universidade do Brasil (atual UFRJ) |
1950 | Centro Educacional Carneiro Ribeiro |
1960 | 1° Universidade Federal de Santa Maria no
interior do Brasil |
1967 | Movimento Brasileiro de Alfabetização |
1985 | Movimento Mobral é instinto |
1991 | Instituto Paulo Freire |
1997 | Ministério da Educação cria o programa de
expansão da educação |
Por Ingrid Caroline ,Daniela dos Santos Ferreira ,Juliana dos Santos,Rosemeire aparecida das chagas